Fertilidade conjugal

Resultados positivos com mais de 30 anos de estudos

Ter um filho é um sonho a ser realizado por muitos casais. Quando as tentativas de gravidez iniciam-se e passam-se os meses sem que ela aconteça, a angústia e ansiedade tomam conta do cotidiano dos casais e logo uma consulta médica é agendada. É iniciada uma investigação diagnóstica dos chamados fatores de infertilidade, que podem ser de causa masculina ou feminina. Ao final, pode-se encontrar uma ou mais causas masculinas ou femininas, ou então a concomitância das causas. Quaisquer que sejam elas, o período seguinte é acompanhado de mais ansiedade e angústia quando o casal é informado que algum tipo de tratamento será necessário.

Os tratamentos podem ser de baixa ou alta complexidade, utilizando-se ou não um laboratório de apoio. Todos eles têm sua taxa de sucesso e insucesso. Como exemplo de baixa complexidade, podemos citar a indução de ovulação para coito programado, a inseminação intra-uterina e de alta complexidade, a fertilização in vitro. Muitos casais são candidatos a baixa complexidade, e outros à alta. Cabe ao médico indicar o tratamento adequado para cada casal, além de dar suporte psicológico numa fase da vida conjugal de muita angústia, fragilidade e incertezas. Uma boa notícia é que os tratamentos existem no Brasil há mais de trinta anos; as clínicas especializadas estão muito bem equipadas, as pesquisas em nível mundial no qual nosso país está incluído estão em estágios muito avançados, e são realizadas sempre no sentido de se obter os melhores resultados e as menores taxas de complicações. No Brasil, obtemos atualmente as mesmas taxas de sucesso que qualquer grande centro mundial dedicado ao tratamento da infertilidade conjugal, e temos acesso às mesmas tecnologias. Abaixo, estão descritos alguns aspectos fundamentais que podem interferir na fertilidade conjugal.


Idade da mulher

Sem dúvida a idade da mulher é muito importante. O progressivo retardo do casamento, bem como da concepção, como se verifica principalmente entre as mulheres de países desenvolvidos, tem se refletido em maiores dificuldades para engravidar. Um estudo desenvolvido em uma comunidade norte-americana, com alta fertilidade e que não utiliza medidas anticoncepcionais, destaca bem o aspecto da influência da idade sobre a fecundidade feminina. Nesta população, observou-se que 11 % das mulheres não tiveram filhos após os 34 anos, 33% eram inférteis após os 40 anos, e 87% após os 45 anos.


Idade do homem

Algumas evidências sugerem alterações genéticas dos espermatozóides ao longo da vida do homem, mas normalmente o declínio da fertilidade nestes casos está, essencialmente, relacionado a uma menor freqüência da atividade sexual, em função de diversas razões; entre elas, está a diminuição da capacidade de ereção relacionada com a idade avançada


Freqüência das relações sexuais

A freqüência do coito é outro fator importante na pesquisa da infertilidade. Os espermatozóides são capazes de sobreviver alguns dias no aparelho genital feminino, ao passo que o óvulo dispõe de apenas doze horas após a ovulação para ser fertilizado. Em função disso, uma atividade sexual maior fará coincidir, mais provavelmente, o momento do coito com a ovulação. Duchas e lubrificantes, embora não sejam métodos anticonceptivos eficazes para casais férteis, podem interferir na sobrevida espermática e prejudicar a fertilidade.


Prática esportiva extenuante

Práticas esportivas extenuantes podem propiciar acentuada perda de peso corpóreo e a produção de hormônios que dificultam a ovulação. Por outro lado, o aumento excessivo de peso, pode também interferir no metabolismo dos hormônios e prejudicar a função ovulatória. Assim, o exercício físico deve ser praticado, mas de forma moderada ou leve.


Fumo, álcool e drogas ilícitas

O uso de fumo, álcool, maconha e outros tóxicos, tanto pelo homem como pela mulher, é responsabilizado por prejudicar o processo reprodutivo, seja interferindo na contagem e motilidade espermática, seja aumentando os índices de abortamento ou reduzindo o peso fetal.


Fatores ambientais e ocupacionais

Acredita-se que alguns fatores ambientais e/ou ocupacionais possam interferir na fertilidade. São eles: radiações ionizantes, determinados produtos químicos (mercúrio e cádmio, por exemplo) e altas temperaturas.