Alterações da flora vaginal

O correto uso do absorvente pela sua saúde

No início da década de 80 nos E.U.A, foram reportados vários casos de mulheres em período menstrual que subitamente começaram a desenvolver quadro de febre alta, dores no corpo, queda de pressão e manchas avermelhadas na pele, além de outras manifestações mais graves. Este quadro foi chamado de Síndrome do Choque Tóxico e pesquisas subsequentes chegaram à conclusão que, a absorção maciça de uma toxina presente em tampões vaginais, produzida pela bactéria Stafilococos Aureus, era a responsável por tal síndrome. Quanto maior era o poder de absorção do sangue menstrual pelo tampão, maior era o risco dela ocorrer.

Sendo assim, a indústria foi obrigada pelo F.D.A, órgão regulador do setor de alimentos e medicamentos dos E.U.A, a produzir tampões com menor capacidade de absorção e dez anos após os primeiros relatos desta síndrome, a prevalência anual caiu de trezentos e cinquenta casos para zero.

Outros estudos sobre a influência do uso dos tampões na microbiologia da flora vaginal demonstraram que muitas mulheres que não toleram a existência de secreções naturais ovulatórias ou pré-menstruais e fazem uso crônico destes tampões fora do período menstrual, normalmente apresentam alterações esfoliativas importantes do epitélio vaginal com formação de microulcerações, estando mais suscetíveis à invasão deste epitélio por bactérias oportunistas vaginais. O uso de tampões vaginais de maneira crônica, fora do período menstrual, pode agravar uma vulvovaginite de qualquer causa já existente e retardar a sua cura, pois além de causar microulcerações da mucosa vaginal, torna o ambiente vaginal pouco aerado, facilitando a proliferação de bactérias.